"Os Diários do Cancro" de Audre Lorde

Terminei esta leitura que me tocou profundamente.
Audre Lorde abre-nos o coração e o corpo neste diário, escrito durante a sua experiência com o cancro da mama e a mastectomia. É um testemunho cru, honesto e poderoso sobre dor, medo, resistência e, acima de tudo, sobre vida.
Não é apenas um livro sobre doença — é sobre identidade, feminismo, corpo, racismo, autocuidado e a coragem de não se calar perante uma sociedade que tantas vezes prefere ignorar ou silenciar estas vozes.
A escrita de Lorde é como um soco e um abraço ao mesmo tempo: desafia-nos a pensar sobre as nossas próprias fragilidades, mas também nos dá a força de olhar para elas de frente.
É um livro duro, mas absolutamente necessário.
⭐ Classificação: 5/5
"Quero escrever fúria, mas só sai tristeza. Estamos tristes há tempo suficiente para fazer esta terra ou chorar ou tornar-se fértil. Sou um anacronismo, uma anomalia, como a abelha que nunca esteve destinada a voar. Assim declarou a ciência. Eu não devia existir. Carrego a morte no meu corpo como uma condenação. Mas vivo. A abelha voa. Deve haver uma forma de integrar a morte na vida, sem a ignorar nem ceder a ela."