"Pessoa de Aluguer que Não Faz Nada" de Shoji Morimoto

“Today, I'm starting a 'rent a person who does nothing' service. Except for very simple conversation, I'm afraid I can do nothing.”
Shoji Morimoto era constantemente apelidado de “faz-nada”, por falta de iniciativa ou ambição. Desanimado e cansado de um trabalho aborrecido e stressante, decidiu transformar essa ideia num conceito completamente novo: criar um serviço onde as pessoas o podem alugar para não fazer nada.
E sim, isso mesmo — não fazer nada. E, surpreendentemente, resultou! Até hoje, já foi “alugado” mais de quarenta mil vezes.
Este livro não é uma autobiografia típica. Na verdade, é uma leitura sobre o nada — e, ao mesmo tempo, sobre tudo. Não há uma grande jornada, nem um enredo cheio de acontecimentos. É uma sucessão de momentos, reflexões e pequenos encontros que, no conjunto, revelam muito sobre a natureza humana e a solidão.
Achei muito curioso perceber as diferentes razões que levam as pessoas a contratar o Shoji. Desde quem precisa de um acompanhante para um evento, até quem apenas quer que ele pense nessa pessoa num determinado dia e lhe deseje coisas boas. Por trás de todos esses pedidos, há uma necessidade comum: a de se sentir visto, ouvido e compreendido, mesmo que por alguém que “não faça nada”.
É um livro curto, de leitura leve e rápida, que combina anedotas reais com algumas observações sobre amizade, empatia, o papel do dinheiro e a forma como nos relacionamos nos dias de hoje. Apesar de não ser uma leitura arrebatadora — talvez por ser mais reflexiva do que envolvente —, é uma ideia original e que nos deixa a pensar no que realmente significa “fazer algo” e “estar presente”.
Em suma, um livro pequeno, mas com uma grande mensagem. ![]()
Recomendo a quem procura algo diferente, fora da caixa e que faça parar um bocadinho para refletir.
⭐ Classificação: 3,5 / 5