"Something Like Summer"

Há filmes que não precisam de grandes efeitos ou reviravoltas para nos tocar — bastam emoções verdadeiras e personagens que parecem respirar fora do ecrã. Something Like Summer é um desses filmes.
Baseado no romance de Jay Bell, este é um drama romântico LGBTQIA+ que segue Ben Bentley, um jovem abertamente gay que se apaixona por Tim Wyman, o rapaz popular que ainda vive preso entre o medo e o desejo. A relação entre os dois nasce no silêncio de uma amizade improvável, e cresce entre segredos, afastamentos e reencontros ao longo dos anos.
O que mais me marcou neste filme foi a forma como retrata o tempo — não só o tempo das estações, mas o tempo das pessoas. A vida de Ben e Tim passa por fases como o verão e o inverno: cheia de luz, depois fria e distante, depois novamente em flor. Há algo de profundamente humano nesta ideia de que o amor não é uma linha reta, mas um ciclo, feito de pausas, de escolhas, de reencontros.
A realização é simples, mas eficaz — não tenta ser mais do que a história precisa. E a banda sonora é uma delícia, com momentos musicais que refletem a energia e a vulnerabilidade de quem ama pela primeira vez.
O filme fala de amor, sim, mas também de crescimento, perdão e identidade. De aprender a ser fiel a si próprio, mesmo quando o mundo — ou o coração — te empurra noutra direção.
Há uma ternura em Something Like Summer que perdura.
💙 Dei-lhe 5 estrelas — porque é daqueles filmes que lembram que o amor, em todas as suas formas, é sempre algo digno de ser contado.