"To Each His Own (ちょっと今から仕事やめてくる)"

Dirigido por Izuru Narushima e baseado no romance de Shigeaki Kato, este filme japonês é uma história sobre exaustão, gentileza e redenção. Um lembrete poderoso de que, mesmo nos dias mais cinzentos, alguém pode aparecer e devolver-nos a cor.
Uma história que começa na beira do abismo
Takashi Aoyama é um jovem trabalhador preso à rotina de uma empresa opressiva.
Sufocado pelo ritmo impiedoso e pela falta de sentido, ele chega ao limite — até ao ponto de quase desistir da própria vida.
Mas, no momento mais escuro, surge Yamamoto, um homem sorridente e misterioso que diz ter sido seu colega de escola… embora Takashi não se lembre dele.
A partir desse encontro improvável, o filme leva-nos numa viagem de cura emocional e redescoberta da humanidade.
Uma crítica subtil, mas profunda
To Each His Own fala de um tema muito sério — o karoshi, a morte por excesso de trabalho, um problema real no Japão moderno.
No entanto, o filme não se limita a denunciar o sistema.
Ele mostra também como o peso da sociedade pode ser aliviado pela empatia — por alguém que, simplesmente, ouve, ri e acredita em nós quando já deixámos de acreditar em nós próprios.
É impossível não se identificar com o sentimento de exaustão, com a ideia de “ter de aguentar” porque é o que todos fazem. Mas este filme lembra-nos que a vida vale mais do que qualquer emprego.
🌻 O valor das pessoas que aparecem
A relação entre Takashi e Yamamoto é o coração do filme.
Yamamoto representa aquele tipo de pessoa rara — que entra na nossa vida de forma inesperada e muda tudo sem pedir nada em troca.
A sua presença é leve, divertida, mas cheia de sabedoria.
É como se dissesse: “Não estás sozinho, e ainda há tempo para recomeçar”.
E é nesse ponto que To Each His Own se torna mais do que um drama sobre trabalho — torna-se uma história sobre amizade, esperança e o poder de pequenos gestos humanos.
Um filme que abraça o coração
Com uma fotografia luminosa, atuações honestas e uma mensagem universal, To Each His Own deixa uma marca profunda.
Faz-nos pensar no modo como vivemos, nas pressões que aceitamos sem questionar, e na importância de parar — respirar — e escolher um caminho que realmente faça sentido.
É um filme que conforta, que nos convida a olhar com ternura para nós próprios e para os outros.
No fim…
Senti que este filme me abraçou.
É inspirador, humano e profundamente tocante.
Um lembrete de que não precisamos carregar o mundo sozinhos — e que, às vezes, um simples “estás bem?” pode salvar uma vida.
⭐️ 5 estrelas — pela humanidade, pela verdade e pela esperança.